quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

3a Aula de Artesanato com Noemi - 31/01

No dia 31 de janeiro a professora Noemi realizou sua 3ª aula de artesanato com a comunidade. Na parte da manhã, os alunos começaram a finalizar alguns itens que tinham começado, especialmente as carteiras de palha de bananeira, as caixinhas de papelão e palha e os jogos americanos. Também pela manhã a fibra de um novo tronco de bananeira foi cortada para confecção dos papeis. Desta vez cortamos em pedacinhos menores, o que facilitou muito na hora de ferver e bater no liquidificador!

Na parte da tarde o trabalho de finalização continuou, sempre com as orientações de Noemi. Um outro grupo de alunos encaminhou a fabricação do papel: lavaram as fibras que foram fervidas, coaram, adicionaram mais água e água sanitária, para clarear, e então utilizaram os bastidores para a formatação do papel. Sobrou massa, que será aproveitado no dia seguinte, quando o papel feito já estiver seco e os bastidores liberados. 

Desta vez foi bem mais fácil a tarefa de fazer o papel! Como cortamos o tronco em pedaços mais finos, ficou bem mais fácil bater no liquidificador e o papel saiu mais homogêneo.
Em breve, mais fotos da arte com o papel de bananeira desta aula!











Visita de Campo - IFBA e ICMBio - 27/01

Na quarta-feira, 28/01, a coordenação do projeto junto com o biólogo do ICMbio-PNCD (Instituo Chico Mentes de conservação da Biodiversidade- Parque Nacional da Chapada Diamantina), Cézar Gonçalves, as alunas do Curso Técnico em Meio Ambiente do IFBA e moradores da comunidade de Corcovado, fizeram a primeira visita de campo no entorno da comunidade. Esta visita marcou o início da atividade de levantamento das espécies utilizadas no artesanato tradicional (cipó e licuri) com o intuito de produção de um Plano de Uso Sustentável das espécies. As alunas do IFBA farão todo o trabalho de campo, sistematização e pesquisa sob a orientação do ICMbio e de professores do IFBA que enquadrarão seus estágios.

Durante a caminhada pudemos observar algumas áreas com bastante degradação (antigas roças), biomas como a caatinga (raro em altitudes tão elevadas como a do Corcovado, 1200m) e campos rupestres...Cezar, biólogo do ICMbio, explicou um pouco a metodologia para levantamento de palmeiras (licuri) e do cipó!











Início da Construção do Banheiro Seco - 26/01 com Nir

Na segunda-feira, dia 26/01, demos início à construção do banheiro secopúblico, que ficará localizado ao lado da Oficina de Artesanato. Para nos ajudar, contamos com a presença de Nir Kaplan, morador do Vale do Capão, povoado de Palmeiras, que há muitos anos trabalha com estas técnicas ecológicas de saneamento.

Uma vez que na comunidade há uma séria questão de abastecimento de água (apenas em dezembro de 2104 chegou água encanada, vinda de um poço instalado na comunidade do Julião, vizinha do Corcovado mas com uma altitude menor), e também devido às atividades agrícolas, o modelo escolhido foi o sanitário seco de duas câmaras. Este modelo consiste na construção de duas câmaras, revestidas com madeira nas laterais e sem contra-piso. Os “vasos sanitários” são instalados a uma altura de aproximadamente 1,3 metros do chão e, ao contrário de muitas técnicas de saneamento ecológico, as fezes e urina não são separadas. Há dois vasos, um para cada câmara, sendo que apenas uma é colocada em utilização em cada período de 6 meses. Neste modelo, não se utiliza água, e a pós seu uso deve-se despejar uma quantidade de pó de seca ou matéria orgânica seca rica em carbono – podem ser folhas secas com terra. Após a utilização de um período de 6 meses, a câmara que estava em uso entra em período de descanso, enquanto que a câmara que não estava sendo utilizada entra em uso. Após outro período de 6 meses, a matéria da primeira câmara já está compostada, pronta para ser utilizada na agricultura! Ela é então esvaziada, e passa a entrar em uso, enquanto é a vez da 2ª câmara passar por seu período de “descanso”, em que ocorrerá a compostagem das fezes e urina.

Este modelo é bastante fácil de manusear e representa uma ótima alternativa em saneamento, dentro das alternativas de Saneamento Ecológico. Em geral os banheiros são feitos com madeira ou materiais reutilizáveis, mas como há uma sobra de material da construção da oficina, resolvemos construir o banheiro parte em alvenaria, parte em madeira. Contamos também com a ajuda do engenheiro da prefeitura Samuel Azevedo, que nos ajudou no desenho e cálculo da estrutura.



Rivaldo, Rodrigo, Adelson e Nir avaliam a localização do banheiro.


Foi necessário cavar para assentar as estruturas de cimento.


O saneamento ecológico é uma abordagem alternativa do saneamento, uma nova forma de pensar o assunto com uma maior integração entre o homem e a natureza. O saneamento ecológico, assim, é baseado em três princípios: prevenir a poluição ao invés de controlá-la depois que a poluição já está feita; tratar fezes de urina e por fim utilizar os produtos das excretas, após tratados, para fins na agricultura. Uma das principais diferenças em relação à visão tradicional é que no saneamento ecológico as excretas humanas são vistas como um recurso, uma fonte de importantes nutrientes que podem enriquecer os solos.

Para eliminar estes riscos de contaminação, o saneamento ecológico propõe uma série de técnicas de tratamento das excretas humanas. Os patógenos, presentes nas fezes e urina, são micro organismos sensíveis a ambientes diferenciados, fora do nosso corpo, por exemplo. Assim, de maneira simplificada, pode-se utilizar processos de desidratação ou compostagem para eliminá-los, controlando fatores como a umidade, a temperatura, o pH (com a adição de pó de serra, por exemplo), a irradiação solar e o tempo de armazenagem. 

Esperamos que este modelo seja bem aceito pela comunidade, e represente um modelo que possa ser adotado também nas casas!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Oficina de Economia Solidária - 24 e 25/01 com Diogo

A oficina de empreendedorismo solidário foi a primeira oficina “teórica” do Projeto! Usamos as aspas pois apesar de o conteúdo parecer a princípio bem teórico, a oficina foi caracterizada por diversas vivências corporais, brincadeiras, etc.

Primeiro o facilitador Diogo propôs uma chuva de ideias sobre os dois termos: Economia e Solidariedade. Em seguida, partindo do material exposto por Diogo, iniciamos a discussão sobre as diversas maneiras de dialogar elementos apontados como do campo da Economia com aqueles da Solidariedade.

Com o intuito de compartilhar conceitos e embasamentos da Economia Solidaria, foram usados recursos de audiovisual (vídeos sobre o banco Palmas e empreendimentos auto gestionários) e muitas brincadeiras coletivas.

O segundo dia de oficina também contou com dinâmicas de grupo, vídeo e um pouquinho mais de teoria. Começamos o dia relembrando o que aprendemos no dia anterior, e seguimos com uma dinâmica em que a turma foi dividida em 3 grupos de supostos vendedores de jaca. Diogo, que representou o comprador, fez uma “encomenda” e pediu que cada grupo sentasse e discutisse os preços e condições da negociação. Após um tempo para discussão, cada grupo conversou separadamente com Diogo. 



No exercício os alunos puderam perceber que a falta de comunicação ente os grupos trouxe desvantagens para todos, já que o “poder” de barganha ficou na mão do comprador, indicando que, caso os produtores se associassem, poderiam obter mais benefícios. 




Além disso, Diogo chamou a atenção da turma sobre itens importantes de se considerar na hora da negociação, como condição de pagamento, de entrega, de reforçar as qualidades do produto (orgânico, da agricultura familiar, etc.), que não foram lembrados por todos. A rodada de “negociações”, então, foi refeita, desta vez tendo como produtos os artesanatos feitos pelos alunos. O exercício foi muito bom para que todos pudessem refletir melhor esta prática, que será muito presente na vida de todos caso o empreendimento de artesanato se consolide, como esperamos que aconteça!

Após os exercícios, foram apresentados 2 vídeos sobre economia solidária e comércio justo.
Em duas semanas o trabalho “teórico” seguirá com a Consultoria em Grupos Produtivos e em alguns meses voltaremos a falar de comércio justo e formação de preços.

Neste primeiro encontro pudemos abrir um pouco mais o imaginário dos participantes com relação aos ganhos e potenciais do trabalho coletivo, da importância de se organizar enquanto grupo nos contextos de isolamento e escassez de material, etc. 

Enfim, começamos a pensar em modelos de venda (comercio justo, consumo consciente...), modelos de produção, modelos de gestão...mais SOLIDÁRIOS!

Encontro com ICMBio e alunas IFBA - 21/01/2015

Na 4ª feira, dia 21 de janeiro de 2015, foi dado mais um passo importante para a atividade de construção do Plano de Uso Sustentável de Espécies utilizadas no artesanato da comunidade Corcovado. Após algumas reuniões com o IFBA em Seabra e com o ICMBio de Palmeiras, as 5 alunas do curso técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal, Amanda, Micaela, Jaine, Tâmala e Lisandra que farão seus estágios de conclusão de curso com esta atividade se reuniram com Cézar, do ICMBio e com Melissa e Vitória, coordenadoras do Projeto, na sede do ICMBio – PNCD em Palmeiras. A reunião, que também contou com a analista do ICMBio Marcela Marin, e com o responsável pelos estágios no IFBA, Daniel, teve como objetivo uma apresentação de cada uma das alunas e um alinhamento de como serão as atividades. 

O ICMBio, por meio de Cézar, ficará responsável pela orientação técnica das alunas, que farão levantamento de campo na comunidade, para então elaborar o Plano. Ficou acordado neste dia que o ICMBio, além da coordenação técnica, oferecerá também o transporte das alunas, sendo que na próxima 4ª será feita a primeira visita de campo, com todos presentes, para que a agenda possa ser alinhada ainda mais.



2a aula da professora Noemi - 17/01/2015

Neste segundo encontro do dia 17 de janeiro os participantes terminaram os artigos de juta e fibra de bananeira, dando acabamento com uma costura com fio de bananeira (a mão) ou com a máquina de costurar. Todos ficaram encantados com a máquina de costura e por incrível que pareça foram os homens quem tiveram mais jeito para a costura!

Pela parte da tarde a galera começou a aprender a fazer caixinhas de papelão com palha de bananeira e palma, uma técnica aparentemente simples, mas exigiu bastante concentração de todos para manuseio de réguas, cálculos, etc. Todos ficaram muito interessados, alguns solicitaram levar o material para casa para finalizar, outros ficaram até depois da aula, entretidos com o artesanato! A professora Deisy dividiu a aula com a professora Noemi, e ensinou o pessoal a costurar e a fazer as caixinhas!

O pessoal do ICMBio - PNCD tem dado uma força incrível!

Secagem dos jogos americanos para depois fazer o acabamento.

A professora Noemi ensinou uma outra técnica para retirada da fibra de bananeira.

Pena que a máquina de costura teve que ir embora!

Sr. José botou a mão na massa, como sempre, e plantou a muda de Ipê.

A muda foi plantada em frente à oficina - vai ser um importante marco para o Projeto!

3a visita de João - 15 e 16/01/2015

Nos dias 15 e 16 de janeiro de 2015 o João foi mais uma vez à comunidade Corcovado para oficinas de Agroecologia. Desta vez levamos 6 mudas: 3 de árvores frutíferas e 3 de ervas medicinais. Levamos também 12 mudas de bananeiras e mais alguns troncos de bananeira para o artesanato. O ICMBio mais uma vez deu uma força com o transporte.




No primeiro dia o trabalho foi na horta da Dona Regina. Com o material recebido pelo EBDA, dentro do programa Quintais Agroflorestais, Dona Regina resolveu expandir bastante sua horta, e o trabalho foi focado então neste novo espaço. Aproveitamos para fazer na horta de Regina um composto com matéria orgânica, adubo e cinzas, como feito em outras casas na visita anterior.

De tarde voltamos à horta de Dinha, que já estava bem crescida! 

No dia seguinte, João ajudou a dar uma solução para a água da pia da casa do seu Joaquim, colocando um encanamento até a uma árvore no quintal. Agora que a água encanada chegou na comunidade, o tema das águas cinzas, o que fazer com esta água utilizada, ficou mais evidente, e João buscou trazer mais informações sobre isso.

Depois do almoço, a facilitadora Vitória fez uma pequena exposição sobre o saneamento ecológico, suas vantagens e discutiu com os presentes sobre a proposta de se construir um banheiro seco ao lado da oficina. Já que a região é seca e tem atividades de plantio, as soluções do saneamento ecológico podem ser de grande valor! Na apresentação, foi abordada também a relação entre o saneamento e a saúde, e a necessidade de se tomarem alguns cuidados, em especial em lugares como o Corcovado, com escassez de água e de banheiros.

De tarde, antes de ir embora, visitamos a casa da Valdelice. Depois da oficina de dezembro, quando foi feito o composto de Dinha, ela resolveu fazer o seu próprio! Ficou muito bom. Combinamos com Valdelice que o próximo encontro, marcado para fevereiro, faremos uma oficina para construção de uma caixa de gordura, que vai ajudar os moradores com a reutilização das águas cinzas.